quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ode ao Sanitário

Revistas suficientemente revisitadas, jogadas no cesto de roupa suja... Ao lado das obras de Sartre e Schopenhauer, que você leu a primeira página, jogou neste mesmo cesto e filosofou sentado no vaso sanitário sobre um existencialismo substancial... Nem ao menos sabe dizer se entendeu corretamente o paradigma existencial ou se o substancial ornava com a primeira reflexão.
No entanto, no banheiro tudo vira filosofia... Desde matutar sobre o porquê de cocoamido e lanolina nos rótulos do xampu até ouvir “All By Myself” no seu mp3 player, chorando horrores por desperdiçar suas oportunidades amorosas... Ou então, porque acredita (e sabe) que esta sim é uma música incrivelmente brega e você igualmente brega por ouvi-la.
O Banheiro é um lugar mágico, onde surtamos incessantemente. Cantamos no chuveiro com o condicionador de microfone, choramos frente ao espelho para ver como fica a cara, criamos historinhas em que somos os protagonistas da mesma, sentamos na privada para defecar pensando: “O que eu vou fazer da minha vida, meu Deus!”... Lá somos reis, lá somos iguais... E no final, antes de sair dali, damos uma descarga em tudo e temos como último, o som da água imunda escoando...
Sanitário: O ideal para ensandecer... Sanitário: Renovação!
Sejamos insanos no sanitário... Libere-se em uma insanidade sanitária.
 (Beatriz Alighieri)